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Jovem viaja com seu longboard e cria projeto Mochilong


O Cola aí traz mais uma história inspiradora. Dessa vez, quem compartilhou suas experiências foi o Brunno Kawagoe, formado em turismo pela UFSCAR, e praticante de Longboard. Iniciou seu projeto Mochilong em julho de 2016 e tem como objetivo viajar com seu Long pelo Brasil gastando o menos possível.

Olha só a entrevista pingue-pongue que o Cola aí fez com ele:

  • Qual o seu objetivo com o Mochilong? O objetivo é viajar sempre o máximo possível, buscando gastar o mínimo possível, mas sem deixar de aproveitar qualquer oportunidade ou convite! É basicamente aceitar tudo o que a vida/destino me manda. Mas sempre com foco em conhecer de verdade os lugares, buscando sair fora dos atrativos turísticos de costume, indo atrás de roteiros de arte urbana (que é algo que eu amo) e sempre trocando ideia com as pessoas que encontro buscando saber as histórias... Nossa! As pessoas e histórias são a melhor parte da viagem.

  • Você pretende inspirar as pessoas fazendo isso? Sim, no começo quando iniciei o projeto, e compartilhava, era muito satisfatório quando alguém vinha perguntar como eu estava e que ia também fazer uma viagem assim, desconhecidos mesmo. E até grandes amigos meus falando que decidiram sair um pouco da zona de conforto ao me ver “me jogando”. Isso foi tão, mas tão satisfatório. Nós vivemos num tempo onde todo mundo, algum momento cogitou jogar tudo pro alto e sumir! E ao fazer isso você vira tipo uma inspiração pra quem sempre teve vontade e não fez, mas o lance é sair do usual e ir mesmo!

  • Quais equipamentos você comprou? Essa parte foi a mais complicada, pois eu nunca tinha feito algo assim antes, então tive que adquirir muitos equipamentos, então este planejamento da viagem saiu mais caro do que a viagem em si. Comprei: Barraca, manta térmica, saco de dormir, vários remédios, uma câmera de ação pra registro (tipo Gopro), roupas como segunda pele/gorro, lanterna, capa de chuva (Poncho), máscara de mergulho, mochila de ataque, entre outros.

  • Passou perrengue já? Qual o pior? Passei. O maior perrengue foi até engraçado. Eu estava lá em Cabo Polônio no Uruguai, lá é uma reserva natural incrível que para preservação, eles não permitem entrar com barracas e confiscam estas até você sair da cidade, detalhe importante, lá não tem internet/luz. Quando cheguei fui em um hostel oferecer trabalho em troca de hospedagem e nenhum aceitou, só fizeram um mega desconto, que estava de fato muito barato (tipo uns 15 reais), mas eu estava com uma mentalidade de “Não vou gastar nada mais atoa”, aí fui procurar uma casa de verão que não havia ninguém para eu dormir na varanda ou em algum local que não batesse tanto vento. Acabei por encontrar uma casa em construção sem portas, mas com paredes e um teto, era perfeita! Então voltei para o hostel com meu long e todos equipamentos, e encontrei amigos que já tinha feito, ficamos bebendo até 3 horas da manhã, aí na hora de ir embora, eu estava muito bêbado nas dunas da pequena vila cambaleando, não conseguindo mais achar a casa naquele breu. (risos) Aí todo mundo das casas acordando com os cachorros latindo pra mim, e eu no fim não achei a casa e tive dormi no relento mesmo, joguei meu saco de dormir na areia, me cobri completamente e rezei pra não acordar com algum bicho me matando ou os guardas me encontrando. Acordei “ótimo” depois de duas horas e fui embora, tava só a derrota com porre de vinho ainda.(risos)

  • Como funciona esse esquema de carona? Sobre as caronas, eu pegava geralmente um ônibus circular e pedia para me deixarem no ponto mais próximo da rodovia, então eu localizava algum lugar perto de lombada, saídas de cidade, postos de policia rodoviária, etc. Escrevia minha plaquinha de papelão para onde queria ir, e pedia carona! Ou também eu ía nos postos de gasolina, e abordava os motoristas e caminhoneiros falando sobre o projeto, pedindo carona e até mostrando vídeos ou algo do gênero para ter maior credibilidade.

  • Qual foi o orçamento das suas viagens? Gastei cerca de R$ 900,00 em toda a viagem, tirando a preparação com os equipamentos de viagem! Saiu mais barato do que viver em uma cidade parado mesmo. (risos)

  • Pra onde você já foi até agora? Neste primeiro Mochilong, eu passei por estes destinos. 1º - Curitiba/PR 2º - Joinville/SC 3º - Balneário Camburiú/SC 4º - Bombinhas/SC 5º - Florianópolis/SC 6º - Porto Alegre/RS 7º - Rio Grande/RS 8º - Punta del Diablo/URU 9º - Cabo Polonio /URU 10º - La Paloma/URU 11º - La Pedrera/URU 12º - Punta del Este/URU 13º - Montevideú/URU 14º - Buenos Aires./ARG 15º - Foz do Iguaçu/PR

  • Foi assaltado ou algo do tipo? Não, este medo era uma constante, mas nada do gênero aconteceu.

  • A galera e sua família apoiaram essa ideia? Nossa senhora, eles queriam morrer! (risos) No começo fizeram de tudo para me convencer a não ir, faziam amigos próximos me ligarem tentando me convencer do contrário! (risos) Mas durante a viagem super me apoiaram, lembro da minha mãe falando “eu tenho orgulho de você, pois eu sempre quis conhecer o mundo e nunca fui, você esta certo em fazer isso, eu viajo com você.” Chorei demais. (risos)

  • Se não tivesse a grana do seu antigo trabalho você ia mesmo assim? Acredito que sim, obviamente é muito difícil, é bem complicado, mas temos mil exemplos ai que viajam desta forma, a ideia pro segundo Mochilong é realmente essa, ir com pouco e tentar sobreviver!

  • Tem um dinheiro extra caso dê algo errado? Tinha nada, até deu errado né, porque no final tive que voltar de ônibus correndo de Buenos Aires para Sorocaba, então era um gasto não previsto! Tive que dar um jeito de pagar isso!

  • Conhece o World Packers? Conheço sim, mas nunca utilizei, sei que quando você tem algum tipo de “know how” é bom, como exemplo fotógrafos super se dão bem no World Packers! Eu uso e recomendo infinitamente o “Couchsurfing”, sem isso, essa viagem não seria possível! É de longe a melhor rede/ideia. Trata-se de abrir sua casa para receber gente desconhecida viajando! Isso é muito doido e humano ao mesmo tempo

  • Conheceu muita gente? “SIIIIIMMM”!!! Nossa, eu nunca conheci tanta gente legal e interessante na minha vida em tão pouco tempo! É como um amigo da viagem (Bruno Arins) disse: “Viajar desse jeito, é como ir embora quando a festa esta boa!” e é bem isso, tava tudo tão legal, mas eu tinha que seguir viagem, e o próximo lugar sempre acabava sendo tão legal quanto.

  • Quais os seus planos agora? Agora estou trabalhando em um projeto cultural, e quando ele acabar eu vou de novo viajar, mas desta vez indo muito mais longe e por muito mais tempo, prevejo um ano de viagem no mínimo! Com rumo ao México, saindo daqui de Sorocaba/SP! Tudo de carona e longboard de novo! Pro futuro é continuar fazendo as duas coisas que mais me tiram da minha zona de conforto, sempre viajar e trabalhar com cultura. Quero isso pro resto da vida... (risos)

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